CAMUNDA - Quando decidir por Camunda 7, Camunda 8 ou outro BPMS do mercado. Usabilidade e benefícios de cada um.
- William Robert Alves
- 7 de abr. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 3 de ago. de 2024
O Camunda BPM é uma ferramenta que pode ajudar na gestão de fluxos de trabalho e automação de processos de negócios, vamos explorar suas vantagens, possíveis gargalos e alternativas existentes...
Saber escolher a ferramenta certa para o seu tipo de necessidade, e para o cenário atual de sua empresa é ideia, e neste post vamos explorar isto e lhe ajudar na escolha certa!
A gestão de fluxos de trabalho e processos de negócios é extremamente importante hoje em dia. Ela ajuda as empresas a economizar tempo e dinheiro – um relatório da Forrester destacou que projetos de BPM (Business Process Management) resultam em ganhos de produtividade de até 50% para processos que envolvem colaboradores de back-office. E quando falamos de trabalhos que exigem especialistas com grande conhecimento, os ganhos de produtividade podem chegar até 30%.
Em resumo, cuidar dos fluxos de seus processos é uma das melhores maneiras de obter vantagem sobre seus concorrentes. Um bom software, como o Camunda, pode tornar isso muito mais fácil.
Definições básicas – BPMN, Workflow, Modelador de Processos
Antes de entrarmos nos detalhes, vamos apresentar algumas definições básicas que você precisará entender para acompanhar o conteúdo deste artigo.
Workflow
O termo “workflow” refere-se a uma série de passos conectados que compõem um processo. Ele é geralmente usado para se referir a processos automatizados utilizados por empresas e organizações para garantir que suas operações funcionem sem problemas. A gestão de workflows é o processo de gerenciar e organizar os diversos passos de um workflow, assegurando que os passos sejam executados na ordem correta e no momento certo.
Modelador de Processos
Quando falamos sobre o “modelador de processos”, estamos nos referindo a uma aplicação de software usada para criar e gerenciar processos de negócios. Ele ajuda as organizações a visualizar melhor, analisar e melhorar seus processos de negócios. O modelador de processos geralmente fornece uma interface gráfica intuitiva que facilita a criação e edição de modelos. Ele também permite que os usuários simulem o processo e analisem seu desempenho. No contexto do Camunda, a ferramenta para modelagem de processos é o Camunda Modeler.
BPMN
BPMN, ou Business Process Model and Notation, é uma representação gráfica padrão da indústria para gestão de workflows. É um conjunto de símbolos, formas e notações que representam processos de negócios. Ele fornece uma linguagem comum para modelagem de processos de negócios e permite que analistas de negócios, departamentos de TI e outras partes interessadas visualizem, compreendam e gerenciem o fluxo dos processos.
O que é Camunda?
O Camunda é uma plataforma poderosa e open-source (na edição Community) que permite aos usuários modelar, executar e monitorar processos de negócios ao longo de seu ciclo de vida. Foi criado em 2013 por uma empresa de Berlim que fez um fork de outro produto popular de BPM – o Alfresco Activiti (você encontrará uma comparação dessas soluções mais adiante no artigo).
O Camunda é um motor de automação de workflows e decisões, leve, que permite aos usuários criar e implantar modelos de processos. É eficiente e possui uma ampla gama de recursos que permitem aos usuários criar e gerenciar processos automatizados.
Versões do Camunda
O Camunda está disponível em duas versões:
Camunda 7 – este é o produto original. Ele possui uma edição gratuita chamada Community Edition, e também uma edição paga, Enterprise Edition que contém ferramentas interessantes como mapas de calor, histórico de processo entre diversas outras.
Camunda 8 – é um produto comercial totalmente novo, construído do zero pela Camunda. Ele oferece três planos de preços, incluindo uma variante gratuita limitada, e duas assinaturas pagas a partir de $49/mês (dólar).
Qual o melhor?
Teoricamente, o Camunda 8 é mais poderoso, mas o Camunda 7 ainda hoje é o mais utilizado, por estar a mais tempo no mercado, e também por ter uma versão totalmente gratuíta para uso em produção (Community Edition).
O Camunda 7 pode exigir alguns ajustes que necessitam um conhecimento mais avançada de programação, mas oferece tudo o que você precisa em um sistema BPM. O suporte para o Camunda 7 continua até pelo menos abril de 2027, então não há urgência para migrar... mas é interessante que ao modelar seus processos, e ao definir seus códigos, já o faça pensando em uma futura migração para o Camunda 8, seguindo as práticas do que chamamos de "clean delegates", pois isto facilitará muito sua vida na hora da migração no futuro.
Vantagens do Camunda Aqui estão os principais motivos para considerar o Camunda:
Notações BPMN nativas: Facilita a migração entre diferentes soluções.
Documentação acessível: Diagrama BPMN facilita a compreensão e gestão do processo por todas as partes interessadas.
Suporte em nuvem: Funciona bem em ambientes de nuvem.
Alterações em tempo real: Permite modificar workflows ao vivo com versionamento.
Compatibilidade com vários bancos de dados: Suporta bancos como MySQL, Postgres, Oracle, entre outros.
Desempenho e escalabilidade: Adequado para grandes empresas.
Histórico de produção: Mantém um registro do que foi implantado.
Gratuito: A versão Community é extremamente eficaz e não custa nada.
Ampla aceitação: Bem conhecido e usado, eliminando a necessidade de desenvolver uma solução do zero.
Padrões abertos: Usa XML/JSON e BPMN 2.0.
Boa API e SDK: Oferece uma API sólida e um SDK oficial para Java, com versões também para outras linguagens.
Desafios e Limitações do Camunda Apesar das vantagens, o Camunda tem algumas limitações:
Fundação básica: É poderoso, mas requer desenvolvimento adicional.
Uso interno: Ideal para uso interno; se quiser disponibilizá-lo externamente, será preciso considerar a segurança.
Front-end simples: O componente de front-end nativo foi feito para ser simples, então você provavelmente terá que desenvolver uma solução personalizada caso necessitar de algo mais bem elaborado.
Comparação entre versões e outras ferramentas BPMS - Quando optar por uma ou por outra?
O Camunda 7, está muito longe de ser uma ferramenta BPMS low-code ou no-code. O Camunda é uma ferramenta poderosíssima, e um dos principais diferenciais dela em relação a muitas outras ferramentas deste tipo, é a possibilidade de customização em nível extremo, pois para os casos em que o Camunda não possui uma solução nativa criada, ele te permite usar código para criar, e assim te concede um mundo de possibilidades.
Com relação ao Camunda 8, existem também uma série de conectores prontos e disponíveis para utilização e integração direta com diversas tecnologias, como Slack, AWS, Github, Gitlab, Google, Kafka, OpenAI (ChatGPT), RabbitMQ, WhatsApp e muitos outros, que irão facilitar muito sua vida.
Então se você precisa de uma ferramenta poderosa e com alto poder de criação e customização, sugiro a utilização do Camunda 7. Se você precisa uma ferramenta BPMS com facilidade de integração com diversas tecnologias do mercado, e SaaS no qual você não precisa se estressar com a criação e manutenção de infra-estrutura para manter o serviço funcionando, e sua empresa está disposta a arcar com custos para isto... (e vale a pena!) sugiro usar o Camunda 8. Mas se você preza por ferramentas que possuem foco em elementos usuais prontos de forma nativa, mesmo que não tenha tanto poder de criação e customização, ou se você não possui desenvolvedores de software na sua equipe e mesmo assim quer uma ferramenta BPMS para criação e manutenção de seus processos, sugerimos que pesquise no mercado as demais ferramentas disponíveis, que não dependam tanto de desenvolvimento através de código.
Quer conhecer um pouco mais sobre esta ferramenta e outras tecnologias?
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