Como o Camunda e o "medo" mudaram a minha vida.

A insegurança e o medo podem ser seu impulso!

Durante anos, fui gerente de logística em uma grande indústria alimentícia. Liderava um time de cerca de 40 colaboradores, em um ambiente extremamente dinâmico e desafiador. Era um cargo de responsabilidade, com um bom salário (o famoso “patamar alto”) que muita gente almeja. Mas a que custo?

Todos os dias, acordava às 6h da manhã para encarar 1h30 de trânsito até o trabalho. Em dias bons, chegava em casa às 19h30. Nos ruins, já pisei em casa quase à meia-noite. A rotina era exaustiva, e mesmo com a estabilidade, algo dentro de mim dizia que aquilo não era o suficiente.

Que eu conseguiria ir mais longe! E eu queria isso!

Apesar de estar bem posicionado na minha área, eu já carregava comigo uma paixão antiga: programação. Estudava por conta própria há anos e, sempre que sobrava um tempo, fazia alguns freelas, e procurava sempre me manter conectado com o mundo da tecnologia. Mas encarar uma mudança definitiva de carreira não era simples. O receio de "começar de baixo" em uma nova área, deixando para trás tudo o que construí, era grande.

A insegurança era real.

Foi aí que o Camunda entrou na minha vida (ainda de forma tímida).

Por influência do meu irmão, que já era arquiteto de soluções e Camunda Champion, comecei a estudar a ferramenta por curiosidade. Lendo blogs, explorando a documentação, fazendo pequenas POCs no meu tempo livre. Mesmo com a carga pesada do meu trabalho, arranjava tempo para mergulhar naquele mundo de BPMN, automações e orquestração de processos.

Lembro bem uma vez que estávamos em meio a um jantar de familia, e como sempre eu e meu irmão conversando sobre tecnologia, então ele puxa o macbook, cria um projetinho Java e começa a fazer uma POC simples de Camunda, para me mostrar e me ensinar como se usava a ferramenta.

Ainda assim, mudar de área parecia loucura. Eu já estava consolidado na minha carreira. Mas a paixão pela tecnologia e o incentivo constante do meu irmão começaram a falar mais alto. Junto com minha esposa, que sempre me apoiou em qualquer decisão... sempre dizendo:

"Tenta amor! Tenho certeza que vai dar certo, e se por um acaso der errado... fome a gente não vai passar... nós vamos dar um jeito, nem que a gente tenha que fazer trufas pra vender no semáforo... eu se fosse você tentaria!".

E então aconteceu: surgiu uma oportunidade de atuar de vez, profissionalmente com Java e Camunda.

O salário? Superior ao que eu já recebia como gerente. Foi o empurrão que faltava.

Não pensei duas vezes...

Decidi encarar de vez esse mundo louco da TI... e então os malditos pensamentos desgraçados de seres-humanos começaram a tomar conta de mim... Esse sentimento que me invadiu, é popularmente conhecido como: MEDO! - "E se não der certo?",

- "E se eu não for o suficiente, será que consigo emprego rápido na minha área anterior novamente?"

- "Preciso tentar guardar dinheiro o mais rápido possível, pois se eu for demitido, consigo manter a comida e a prestação da casa..."

- "Quanto tempo eu levaria pra conseguir emprego em qualquer outra área, apenas pra pagar as contas de casa e nos alimentar até conseguir algo melhor?"

É... a minha cabeça gira em torno de preocupações quase que o dia inteiro... não sei se é algum gatilho de infância, algo cultural, ou simplesmente um comportamento natural do ser-humano...

Eu saí de uma área no qual eu sabia que era "o melhor" naquilo que fazia dentro daquela empresa... e estava embarcando em uma área, que possivelmente eu entraria sendo o "pior"... ou perto disso!

(isso sem dúvida me preocupava muito!!!)

...

Por mais que eu não deseje este sentimento de medo para ninguém, ter este medo comigo foi um dos meus maiores propulsores na carreira, pois desde o primeiro dia na TI, me tornei obcecado em ser o melhor no que fazia. Estudava a fundo o Camunda, lia a documentação quase que 24h por dia, participava ativamente do fórum, fazia POCs, testava limites, etc. Tinha alguma dificuldade e pensava: - "Por%@! Não é possível que eu não vou conseguir... será que sou tão lixo assim?"

E esse pensamento me fazia um auto-desafio... E ae entra uma outra frase que meu irmão sempre falava:

- "Como programador, o mínimo que se espera é que o cara saiba pesquisar... e que não fique chamando os outros por qualquer dificuldade..."

E assim foi... eu evitava chamar qualquer pessoa, inclusive ele!

Me virava sózinho... ia até 4h / 5h da madrugada lendo documentação (e não... não existia Chat GPT nem nada do tipo na época)... e no outro dia estava no computador às 8h da manhã para iniciar meu dia de trabalho! Mas isso me ajudou... pois tudo que "não temos dificuldade", tendemos a esquecer mais facilmente. Se você tem dificuldade para entender ou descobrir algo, quando descobre... nunca mais esquece!

A obsessão por querer me tornar melhor a cada dia, e me tornar um dos melhores naquilo que faço, ou ao menos "ficar longe de ser o pior" me consumia! Então comecei a fazer todos os cursos de Camunda, obter todos certificados, e como sempre gostei de repassar conhecimento e me sentir útil para as pessoas com isso, tentava ajudar à todos que tinham dificuldades com Camunda. Até que um dia recebi um convite inusitado de uma das gerentes da própria Camunda (Maria Alcântra), para me tornar um Camunda Champion!

E eu cheguei lá.

Hoje sou Camunda Champion.

Trabalho em uma empresa excelente, com um salário mais que o dobro do que eu ganhava como gerente, e, mais importante, com qualidade de vida. Trabalho remoto, tenho tempo com minha família, e acordo com vontade de enfrentar o dia. O Camunda não só mudou minha carreira... ele transformou a minha vida. E não estou nem sendo puxa-saco / fanboy de tecnologia...

pois entendo que as tecnologias usadas são apenas os meios para chegarmos em um determinado objetivo... mas essa que contei é uma história real... e que ocorreu comigo. E tenho ciência que conhecer essa tecnologia foi o que fez a diferença pra mim.

E o mais gratificante? Saber que posso facilitar a vida de outros devs e dos times de negócio por meio de processos mais inteligentes, automatizados e eficientes. Com o Camunda, consigo entregar soluções que conectam tecnologia ao coração do negócio, reduzindo retrabalho, organizando fluxos e dando visibilidade real ao que importa.

Além disso, o Camunda me deu visibilidade no mercado. A especialização na ferramenta me diferenciou como profissional. Se eu estivesse atuando apenas como desenvolvedor Java, provavelmente seria só mais um entre milhares. Mas com o Camunda, me tornei uma referência. A comunidade reconhece, as empresas valorizam e as oportunidades se multiplicam.

Outro ponto importante: o Camunda me aproximou do entendimento de negócio. E esse é o verdadeiro diferencial para qualquer profissional de TI. Ser ponte entre tecnologia e estratégia é o que todo time procura. O objetivo desse texto... na real é apenas te ajudar a se motivar! E talvez tirar um pouco desse receio que você possa ter de ao menos tentar! Não espere ter ou receber um DOM! Crie o seu próprio DOM... estude... se esforce... seja obcecado por isso... e tu vai conseguir!

Se você está pensando em mudar de área, ou se já está na TI mas sente que pode ir além: estude uma linguagem de programação, estude o Camunda, entenda como tudo é integrado. Se aprofunde. Conecte-se com a comunidade. Oportunidades existem... só precisam de alguém preparado e disposto a agarrá-las com força. Esse é apenas um breve resumo da minha trajetória até aqui... está longe de ser a melhor trajetória do mundo... mas tenho certeza que também está longe de ser o fim dela!

E se você leu até aqui, espero que possa ter servido de inspiração ou de impulso pra ti! \o

A tecnologia e o Camunda me transformaram. E podem transformar você também.

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